DE UM PARA UM
✷ FINAL DEGREE PROJECT
“De um para um” results in a cathartic moment of letting go of what were the values and concepts learned by the family in childhood, for a phase of an individual discovery and personal evolution.
As this manifests itself in many ways, it must also be seen in the various moments with each element of the project.
The entire narrative is made from one self to another self, from an initial object to another that becomes one again, from the union of various elements and ideas.
The pajamas thus become the main focus, assembled by 436 fabric figures sewn together and conceptually supported through the comfort chain by a blanket.
As this manifests itself in many ways, it must also be seen in the various moments with each element of the project.
The entire narrative is made from one self to another self, from an initial object to another that becomes one again, from the union of various elements and ideas.
The pajamas thus become the main focus, assembled by 436 fabric figures sewn together and conceptually supported through the comfort chain by a blanket.
Throughout its development, great emphasis is given to the process and analogical techniques that are reported through a video that accompanies the entire practical methodology.
Na minha casa somos 3, aos sábados 5, durante a semana 2 e no silêncio 1.
Não gosto de contas difíceis nem de números exatos.
Gosto dos números que aparecem no meu rádio, de marcar o 42 no comando cinzento da sala, do número desconhecido de estrelas na minha parede e das contas de somar.
Nasci no ano 2000, o que facilita sempre a conta.
Tenho agora 9 anos e somo mais um.
Recomeço a contar.
Na minha casa somos 4, aos sábados 6, durante a semana 4 e no silêncio 1.
Faço agora contas que não entendo e subtraio pensamentos que me fazem chorar quando sou uma. Aprendi a mudar fraldas e a dividir-me em partes que facilitam a passagem por uma casa de pessoas e contas difíceis.
Plantei uma laranjeira.
O meu tio diz que as laranjas simplificam as contas. Coloquei a semente e a árvore cresceu.
Quando apareceram as primeiras laranjas voltei a contar.
Na minha casa somos 5, aos sábados 7, durante a semana 5 e no silêncio 1.
Agora somo laranjas e leio sobre elas.
“As laranjeiras, apesar de sempre-verdes, são caracterizadas por uma tendência de renovar a sua folhagem constantemente. Estas florescem na primavera e dão-se bem em zonas com grandes variações climatéricas mas não demasiado frias”.
Mas a minha laranjeira é diferente. A minha laranjeira tem sempre fruto, aguenta qualquer clima e cresceu rápido demais para as poucas contas que sei fazer.
Agora gosto das contas de subtrair e comecei a contar os dias até ir embora.
Na minha casa agora são 4, aos sábados 6 e durante a semana 4.
No silêncio sou uma e a minha laranjeira continua a crescer sem mim.
Agora faço contas sem as minhas laranjas e ela faz contas sem mim.
Não tenho laranjas mas finalmente aprendi a contar e assim, recomeço.
Documentary:
From one fabric to a full pajama — a making-of documentary
Graphic Media:
Narrative/Conceptual book
Exhibition:
Installation for the exhibition "Existir é um verbo irregular"